Adorávamos poder dizer aos nossos leitores que tínhamos sido nós os autores desta descrição tão viva de uma amena tarde de verão Parisiense. A verdade, é que pertence a W. Somerset Maugham, o grande dramaturgo e romancista britânico que passou um terço da sua vida com um pé no século XIX e os restantes dois terços, com o outro no século XX. Entre as suas obras mais conhecidas contamos com “O Fio da Navalha” (The Razor's Edge, 1944), “Um Destino de um Homem” (Cakes and Ale, 1930) , e o livro que nos tem acompanhado religiosamente nos últimos tempos, Servidão Humana (Of Human Bondage, 1915).
Foi num final de tarde de julho, depois de um dia intenso de dolce far niente, entre o mar e as imponentes arribas xistosas da praia da Arrifana, que nos deparámos com este excerto. Decidimos naquele momento, que o iríamos incluir no último artigo do blog da Softway, antes deste ir de férias (que também merece). Gostaríamos apenas de referir, antes de continuarmos, que esta breve descrição de sol, praia e mar, surge da nossa necessidade de pintarmos uma imagem completa e exacta dos acontecimentos, e não por querermos incitar o mínimo sentimento de inveja aos nossos leitores - longe de nós. Se por acaso aconteceu, fizemo-lo de forma inconsciente, por sabermos que também os nossos leitores se preparam para ir, ou já foram, de férias. E é precisamente por este motivo, que este ano, decidimos preparar um conjunto de dicas para tornar mais leve a fatídica fase de planeamento e de preparação, que antecede as férias e, que leva até os mais estoicos, a profundos estados de alvorço interno.
1. Planear a viagem
Se estiver a pensar fazer uma viagem de carro, o nome Michelin, surge sempre como um clássico. Neste caso, falamos menos de estrelas e mais de pneus. Gente que é gente há mais tempo, há de se lembrar dos mapas Michelin, guardados nos porta-luvas, essenciais para quem se aventurava sem GPS, pelas estradas deste país e de países alheios.
Sabemos que para nos guiarmos durante a viagem temos aplicações imprescindíveis como o google maps, ou o Waze, mas para criar um itinerário da viagem, mais detalhado, o viamichelin pode ser muito útil, especialmente no que toca ao cálculo dos custos de portagens e de combustível. Por exemplo, apresenta-nos não só um custo estimado, bem como uma tabela comparativa das várias opções de abastecimento, com os seus valores.
Contudo, para planear uma viagem maior, e para quem não tem a sorte de poder recorrer a uma agência de viagens, existem apps que nos podem ajudar a tornar o processo menos doloroso. Encontrámos nestes dois artigos, um conjunto de apps que poderão fazer a diferença: The Best Travel Planner Apps, Travel Planning Apps Fatigue.
2. Fazer as malas
Antes de fazermos as malas, chega a altura fatídica de prepararmos “a lista”. A ferramenta mais utilizada por todos, além do cérebro, que já sabemos ser falível, é provavelmente o “bloco de notas” do telemóvel (existe, contudo, quem se mantenha fiel à opção mais retro, e continue a preferir o papel e a caneta para o efeito). Ainda que estejamos empenhados em combater todas as células procrastinadoras do nosso ser e façamos a dada lista, quem é que nunca se esqueceu de incluir o pijama, a pasta de dentes, o carregador? Felizmente, existem apps que nos vieram salvar desta miséria (chegam ao ponto de criar uma lista automática com base no nosso destino). O blog Travelling Tulls explica, de forma exímia, quais são as melhores aplicações, bem como os respectivos custos.
3. Chegadas e Partidas
E quem, enquanto esperava uma eternidade por alguém que vinha num voo atrasado, nunca ficou escondido entre autocarros e shuttles, numa zona de paragem proibida? Ou a dar voltas intermináveis na rotunda das chegadas do aeroporto, para poder apanhar eventualmente a pessoa por quem esperamos, quase em andamento? Tudo isto, na esperança de poder evitar vender um rim, para pagar o parque de estacionamento do aeroporto.
Para o tema do estacionamento, não temos solução, mas existe uma forma de acompanhar os estados dos voos em tempo real. Se enviarmos o número do voo por mensagem (ex. KL1359), até pode ser para nós próprios, este transforma-se num link e ao carregar nele, abre uma pop-up com a opção “pré-visualizar voo”. Assim, acabam-se os momentos de incerteza e saímos apenas quando for caso disso. Contudo, este hack só funciona em iPhones, mas que os nossos leitores que têm androids, não se sintam excluídos, podem sempre recorrer ao Flight Radar 24.
4. Sit back, relax and enjoy the ride
Hoje em dia, já existem muitos voos com wi-fi, mas normalmente paga-se e para almas mais somíticas, isso está fora de questão. No entanto, nem tudo está perdido, existem alternativas! Para quem tem Spotify, é possível fazer o download de albuns, playlists e podcasts, enquanto se tem acesso à internet, para que mais tarde, se possa ouvir tudo o que se descarregou offline, seja num voo, numa viagem de carro ou de comboio.
Sabemos, contudo, que um voo mais longo, pede um line up de filmes e/ou de séries, de forma a passar mais depressa. Nesse caso, à semelhança do Spotify, também aplicações como a Netflix, a Max (antiga HBO), a Amazon Prime, a Disney Plus, a Apple TV, entre outras, permitem que se faça o download de filmes e de séries para que possam ser vistos em modo offline. Para os leitores que se sentem perdidos, e não sabem por onde começar, temos um guia aqui.
Já para quem tem estrutura para se aventurar em cold-turkey num voo, só nos resta aplaudir.
5. Amigos, amigos, negócios à parte.
Tema tenso, mas nós aguentamos. Idas a supermercados, noites de copos, despedidas de solteiro(as), jantaradas ou almoços entre amigos, dão sempre aso a complexas contas de merceeiro feitas, na melhor das hipóteses, por uma calculadora e, na pior das hipóteses, pela cabeça menos inapta do grupo. O MB Way, que a grande maioria dos nossos leitores terá, veio facilitar, em muito, esta dinâmica. No entanto, além do MBWay, existem outras aplicações cujo o único propósito é dividir despesas entre amigos, como a Splitwise, ou a Tri Count.
Assim que estiver de férias, a não ser que seja para se preparar para a viagem, aconselhamos que se afaste dos ecrãs, deixe o telemóvel para trás, e aproveite tudo aquilo que o rodeia. Se se sentir perdido sem o telemóvel, leia um livro (deixamos algumas sugestões, para se voltar a encontrar: Bertrand, Almedina, Livraria Martins).
E com isto nos despedimos durante um mês, Boas Férias e até setembro!