Ao longo da história, o design tem acompanhado as transformações socioculturais, políticas e tecnológicas. Neste contexto, o design gráfico surge da necessidade humana de comunicar visualmente, desde a invenção da escrita e dos primeiros pictogramas, passando pela evolução dos sistemas alfabéticos — incluindo o alfabeto latino, de grande importância para o design tipográfico — até à arte ornamental dos manuscritos iluminados da Idade Média. A invenção da imprensa por Gutenberg, no século XV, marcou um ponto crucial, possibilitando a reprodução em massa de textos e potenciando a disseminação do conhecimento.

Nos séculos seguintes, a Revolução Industrial impulsionou a expansão da produção gráfica e a necessidade de uma comunicação visual eficaz para a publicidade e propaganda de uma cultura de consumo, enquanto os movimentos como Arts and Crafts e o Modernismo transformaram as abordagens estéticas e funcionais do design gráfico. Com o avanço tecnológico e surgimento da era digital, os novos media transformaram radicalmente a prática do design gráfico. Efetivamente, com o advento dos computadores e softwares gráficos, o design deixou de estar limitado às técnicas tradicionais, possibilitando a manipulação de imagens e criação de layouts de forma mais rápida e flexível.

O Dia Mundial do Design, instituindo em 1996 pelo International Council of Design, celebra a importância, relevância e responsabilidade do designer enquanto agente crítico e ativo na construção cultural na sociedade. Esta data oferece a possibilidade de refletir sobre o impacto que a comunicação visual e o Design, enquanto disciplina e prática, têm como ferramenta que influencia e dinamiza uma mudança social, política, económica e sociocultural.

Atualmente, com o avanço tecnológico e o aumento da presença digital, o design vai além da sua função estética, tornando-se essencial na criação de soluções que promovam a inclusão, acessibilidade e sustentabilidade. Neste contexto, a responsabilidade do designer consiste em garantir que as suas obras e projetos podem ser exploradas e utilizadas por todos os utilizadores, independentemente das suas limitações físicas, cognitivas ou sociais.

Assim, a interseção entre inovação tecnológica e responsabilidade social coloca o design no centro da construção de um futuro mais acessível, justo e ético, reafirmando a sua capacidade de moldar um mundo digital inclusivo e equitativo.