No mundo da arte, especificamente gerou-se um impasse: Apesar das instituições, das galerias e das residências artísticas terem fechado, os artistas continuaram a produzir, os museus continuaram com obras expostas a aguardar alguém que as contemplasse, e o público que já era interessado, permaneceu interessado.
Esta conjuntura, ainda que desafiante, levou ao aparecimento de exposições digitais imersivas, inspiradas, muitas vezes, no mundo do gaming e dos videojogos.
Foram estas mesmas exposições, que vieram restabelecer a ponte entre o público e o mundo da arte e que criaram, consequentemente, uma nova plataforma de exposição e de expressão artística.
Alguns exemplos de exposições virtuais:
- Foam Talent 2021, Fotografiemuseum Amsterdam
Uma exposição anual de fotografia dedicada a jovens artistas fundada pelo Fotografiemuseum Amsterdam.
- Magical Reflections, Alte Nationalgalerie Berlin
Uma experiência virtual imersiva concebida para Alte Nationalgalerie Berlin, pela Meta e pela Makemepulse (sendo os últimos, autores da exposição virtual Unconventional Gallery uma colaboração que une o artista David Shrigley e a marca de champagne Ruinart).
- The future in mind, EXPO DUBAI 2020
Uma apresentação virtual, quase utópica, do pavilhão Canadiano na EXPO Dubai.
- Traces, Marina Abramović
Experiência virtual imersiva, que conta com a curadoria da célebre artista Serva Marina Abramović.
- Janus Project, Pousio Arte e Cultura.
Não podíamos terminar, sem mencionar o caso de um exemplo português. Pousio, uma associação cultural que abraçou destemidamente o desafio imposto pela pandemia e criou o projecto Janus, um conjunto de exposições virtuais que uniu jovens artistas e curadores num espaço de partilha, de diálogo e de criatividade.
Esta forma expositiva que engloba agora também o mundo da arte tem potencial para ser adaptada a muitos outros sectores, quem sabe o seu?
Por exemplo, para imobiliárias, promotoras imobiliárias e mesmo ateliers de arquitetura, uma virtual tour imersiva dos espaços, que ainda se encontram em fase de projeto, pode ser uma ferramenta útil para complementar as maquetes e as projeções 3d/fotografias, e para persuadir potenciais clientes.
Outros sectores, que têm comumente fundações ou coleções associadas, como a banca ou as sociedades de advogados, poderiam recorrer a este método para expor o seu acervo. No caso particular da advocacia porque não fazer uma tour virtual dos escritórios, cujos espaços costumam ser obras de arte “in their own right”?