Faz sentido pensar sempre mobile first?

O comportamento do utilizador, e por conseguinte, do consumidor, é lei e dita as regras. O aumento do uso dos dispositivos móveis para navegar na Internet tem impulsionado a estratégia mobile first nos Departamentos de Comunicação de todas as empresas, de um modo transversal. Mas será mesmo assim, em todos os setores de negócio? Serão os dispositivos móveis sempre, Reis?

Tânia Frade
Fev 18 2025 • 3 min leitura
Faz sentido pensar sempre mobile first?

Antes de mais, é importante explicar o que define mobile first. Trata-se de uma abordagem de design e desenvolvimento de websites que prioriza os dispositivos móveis (telemóveis, tablets...) em detrimento das resoluções maiores como de computadores.

O objetivo é garantir que o website proporciona uma experiência exímia aos utilizadores que acedem ao site através de dispositivos móveis. A versão para desktop deverá, nesta lógica, ser pensada e desenvolvida posteriormente.

Dados da StatCounter (GlobalStats) revelam que em 2024 os acessos por dispositivos móveis na Europa foram de 53% e desktop 44%. Tablet praticamente sem expressão com cerca de 2% de acessos. Muito provavelmente ficou surpreendido/a com esta estatística. Hoje em dia tendemos a assumir que os acessos via mobile são bastante mais expressivos do que via desktop.

Pois bem, a verdade é que depende muito do setor de atividade de cada negócio. Se por um lado, há indústrias que apelam a targets mais novos, e têm por isso, uma maior tendência para ter acessos mobile mais expressivos, outros setores comprovam-nos o contrário. O desktop é ainda bastante relevante, e por vezes superior ao mobile.

Dos acessos a websites também verificamos que há diferenças ao nível do comportamento por utilizadores que acedem por dispositivos móveis, e pelo desktop. Segundo a Semrush, num Estudo de 2024, em que analisaram os 100 websites mais visitados nos EUA, por um lado os acessos via mobile representam um maior número de visitas e utilizadores únicos, por outro lado os visitantes via desktop acabam por navegar por mais páginas nos websites por visita, e também o tempo médio de permanência é superior nestes dispositivos. Consequentemente a taxa de rejeição (bounce rate) é inferior em acessos via desktop.

O que este Estudo ainda revela é que os acessos web feitos por dispositivos mobile são mais procurados para respostas e transações rápidas, como por exemplo para realizar compras online e aceder às redes sociais. Por sua vez, os acessos web via desktop são mais criteriosos pois envolvem tarefas mais complexas, com um maior tempo de pesquisa, e por isso resultam em sessões nos websites tendencialmente mais prolongadas.

Cada target é um target, e cada setor tem as suas especificidades. Por isto mesmo, é crucial que cada empresa conheça o seu público-alvo e o seu comportamento online, para desenvolver as ferramentas web (e offline) que terão mais probabilidade de sucesso na sua estratégia de negócio.

Se faz sentido pensar sempre mobile first? A nossa resposta é: depende. Não descorando nunca todas as versões: desktop, tablet e mobile, o nosso foco é garantir uma experiência igualmente competente seja qual for a resolução através da qual o utilizador acede ao website.

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